quarta-feira, 10 de abril de 2013

Falta de chuva pode provocar diminuição da vazão do Velho Chico


O Operador Nacional de Sistema, que é responsável pela energia elétrica no país quer reduzir a vazão do Rio São Francisco de de 1.300 m3/s para 1.100 m³/s.

A falta de chuva na região é uma das justificativas para a redução, que precisa ser autorizada pela Agência Nacional das Águas.

Na cidade de Propriá, a 98Km de Aracaju, na região do baixo São Francisco, a situação do rio é preocupante, já que em alguns trechos por onde passava água atualmente existem bancos de areias, que servem de pasto para o gado. O maior deles fica localizado embaixo da ponte que liga Sergipe a Alagoas, onde é possível atravessar da croa até a margem do rio sem dificuldade. “De cavalo consigo ir a um monte de locais porque está muito raso. Tá tudo seco”, diz o estudante Tasso Tavares dos Santos. 

O período que seria de cheias, de dezembro a março, passou. Mas as lagoas onde os peixes se reproduzem secaram. “ Antigamente a gente pegava peixe de três a cinco quilos. Agora só pegamos pequenos Pacus”, lamenta o pescador Jean Pereira dos Santos.

A situação do local pode ser agravar ainda mais com a redução da vazão do rio, que é controlada pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que atualmente é de 1.300 m3/s, mas com a falta de chuva o operador do sistema elétrico, já sinalizou a necessidade de uma redução ainda maior para 1.100 m3/s. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já aprovou a redução, mas ainda falta a autorização da Agência Nacional de Águas.
Segundo o geólogo Luiz Carlos Fontes, com a vazão mais baixa os prejuízos ambientais serão ainda maiores. “ Essa intervenção do homem no baixo São Francisco tem causado enormes problemas, seja o ao provocar erosão em sua margem e em seu leito, a formação de banco de areias até a fata de reprodução dos peixes. Além disso, as cheias artificiais que eram usadas pela população e para a reprodução dos peixes deixaram de ser atendidas”.

A população do local conhecida como ribeirinhos lamenta a situação. “ Está seco como nós nunca vimos na face da terra. Dá uma tristeza”, diz a dona de casa, Valdenice Tenório dos Santos.
Fonte: G1/SE

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