segunda-feira, 15 de março de 2010

O tempo, o futuro e o fim do ciclo dos Valadares

Diz o provérbio popular que o tempo é o senhor da razão. Para Albert Einstein o tempo é relativo, e segundo o filósofo Platão “O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel”. Na política, o tempo é o inimigo implacável daqueles que desejam se perpetuar no poder e não esquecem que é o próprio tempo o responsável pela extinção desses políticos e seus impérios.
Em Simão Dias temos um caso típico de mando que envolve a família Valadares, dinastia esta que se encontra no poder a 59 anos, mas que agora apresenta sinais claros de que o tempo assistiu e assiste a tudo isso de camarote e após todos esses anos, o danado do tempo quer receber toda essa gratidão oferecida por ele e exigirá dos seus súditos uma recompensa valiosa que dinheiro nenhum será suficiente para pagar: A passagem do bastão.
José Valadares, prefeito por três mandatos e deputado uma, acaba de completar 70 anos e sabe que o tempo bate a sua porta. Contudo vê em 2012 a oportunidade de encerrar sua vida política, sendo prefeito pela quarta vez de sua terra natal: Simão Dias.
Valadares, senador, governador, prefeito e deputado, assim como o irmão Zé também sente que o tempo está chegando e se apega na candidatura a senador como uma forma de sair da vida pública vitorioso. Talvez seja o seu último mandato, pois após 08 anos de senado terá quase 80 de idade. Se perder está sepultado politicamente, pois José Carlos Teixeira e Lourival Batista são provas cabais de que o tempo não brinca.
O restante da família simplesmente não é competitiva. Valadares Filho não resiste a uma eleição sem o pai a tiracolo, não é político. Já Pedrinho é político, mas a seqüência de derrotas sofridas agora, o torna fraco para um futuro bem próximo e não terá forças suficientes para juntar os cacos restantes, para a formação de um novo bloco familiar.
As lideranças que gravitam em torno deles hoje estão todas acometidas pelo mesmo problema: O tempo. Novos não surgem. Talvez esperem a ação do tempo, que será devastadora. Só como exemplo, temos poucos com chances de chegar à câmara em 2012. Abraão, Chiquinho e Fábio Rabelo, quem mais! Para prefeitura ninguém se habilita. É certo que Denisson chegou ao poder, mas todos sabem as circunstâncias, além do mais segue a doutrina Valadariana e não incentiva o surgimento de novas lideranças no município. Mas, uma coisa os Valadares farão falta: a cidade corre o risco de não vê um governador filho da terra daqui a dez, vinte anos, isso é fato!
Mas voltando ao assunto, quem diria, o tempo derrotará os Valadares e espera-se que a partir daí teremos uma nova Simão Dias, com uma nova mentalidade política. Será a vez da juventude hoje retraída, talvez por temer o poder da família. A ebulição de idéias surgirá como um vulcão adormecido, que após 60 anos ganhará ruas e praças e levarão o nome de Simão Dias além fronteiras. Será uma cidade onde haverá comparações do antes e depois do poderio da família. E tudo seria antecipado se o atual gestor Denisson Déda tivesse a coragem de começar a fazer o trabalho que o tempo fará com propriedade no futuro.
Será o fim do ciclo dos Valadares. Que assim como o Império Romano (grande dominador dos povos da terra) será dissolvido. Mas aqui com uma diferença, não será necessário a utilização dos métodos que acometeram aquele grandioso império. Não será preciso difundir o cristianismo, tampouco revoltas de escravos, rebeliões do povo e anarquia da sociedade. E também não teremos a invasão de outros povos, pois só o tempo que é o senhor da razão se encarregará de fazer o trabalho por nós. Enfim seremos libertos e como diz uma estrofe da letra da música da saudosa Elis Regina: Eu vou ficar nesta cidade, Não vou voltar pro sertão, Pois vejo vir vindo no vento, Cheiro de nova estação.

*Jornalista formado pela UNIT

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