segunda-feira, 13 de junho de 2011

O QUE ESTÁ POR TRÁS DA OCUPAÇÃO DA REITORIA DA UFS?

 Depoimento uma jovem estudante de comunicação (jornalismo) sobre os verdadeiros motivos da ocupação.


Chega de ser massa de manobra: por um verdadeiro movimento estudantil sem migalhas!!!

Desde terça-feira da semana passada eu e outros alunos do curso de comunicação ocupamos a Reitoria da UFS. Lembro que antes da ocupação, discutimos a situação do curso com os professores e quase todos foram unânimes em apoiar as nossas reinvidicações. Após algumas discussões fomos até o Gabinete do Reitor e lá fomos convidados por algumas lideranças do nosso Centro Acadêmico para permanecer lá. Eu fui uma das que votei a favor da proposta. No outro dia pela manhã, cheguei cedo na ocupação, levei pão e outros lanches para os que ficaram no “acampamento” e esperávamos uma reunião com o Reitor. Esse nos atendeu às 9h e ficou até as 11h. Nessa reunião comecei a desconfiar dos motivos reais de alguns líderes da ocupação. Por mais que eu quisesse também ter respostas rápidas para a resolução dos problemas do curso de comu nicação comecei a discordar dos encaminhamentos dados naquele dia.

Primeiro o reitor atendeu os discentes e até se comprometeu a resolver alguns problemas, inclusive, ao final da conversa, se comprometeu também a fazer uma reunião com o departamento de comunicação e o Ministério Público Federal, tal como reinvidicavamos. Mas qual não foi minha surpresa ao presenciar o final da reunião se transformar num festival de agressões desnescessárias por parte de alguns ocupantes. O reitor foi chamado de “mulé”, “mentiroso”, “covarde”, “canalha”. Uma série de informações foram distorcidas logo após a reunião ser realizada e, para meu espanto, quem falava mais alto já não eram os discentes de comunicação, mas uma aluna de biologia, dois de geografia, um de história, dois de educação física...Indaguei o porque dessa situação a Dog e ele me falou que era porque eles pertenciam ao “nosso grupo”. Que grupo se não são da comunicação? Ele riu e disse que eu ia entender mais tarde. A partir daí, comecei a observar que para além da minha pureza na ocupação, estava eu sendo massa de manobra. Resolvi ficar de fora e reapareci na preparação da reunião que iria ocorrer entre o Reitor e a administração mais os professores do departamento de comunicação, na sexta-feira. A reunião da ocupação ocorreu na quinta-feira a noite. Ali eu fiquei extremamente decepcionada. A discussão era que iríamos para a reunião mas não para resolver nada, mas para manter a ocupação e chamar outros cursos, queimar a reitoria e a atual gestão do DCE.  Inclusive ficou acertado que viriam uma série de discentes de história de outros estados da ANEL (?) e da CONSULTA(?), no sábado, para ajudar na ocupação.

Na sexta-feira a noite ocorreu uma festa no RESUN e eu, como boa futura jornalista espiã, lá estava para presenciar uma festa dita de geografia da ocupação. Nada a ver com o curso de comunicação, enfim. Ao final da festa voltei para minha casa e ficou de fazermos uma reunião de avaliação no sábado, a tarde. A reunião foi feita no hall da Reitoria, e agora, também estavam presentes, a executiva do movimento estudantil de história, uns representantes do PSOL de Sergipe, assim como representantes de sindicatos que não sei dizer o nome nesse momento. Após a avaliação, foi consenso que o movimento tinha pautado a mídia sergipana e que a gestão do Reitor, por estar finalizando, estava desunida com brigas internas e que por isso, o movimento iria avançar ainda mais no sentido de construir uma “reitoria popular”. Também foi dito que o Reitor não solicitaria reintegração da reitoria se fosse ocupada por causa das eleições do próximo ano. Após a saída dos sindicatos e da representante do PSOL ficou deliberado que o movimento iria ocupar o Gabinete do Reitor no domingo a noite, tendo alguns estudantes se colocado a disposição para a ocupação. Também ficou deliberado que o Ministério Público Federal não seria acionado em menos de 15 dias, posto que, a paralisação ocorreria no momento de greve dos funcionários e que este fato seria propício para pararmos todas as aulas da UFS. Estava presente um rapaz que fez biologia e que demonstrou como foi feita essa ação há 4 anos passados. Ele disse que o momento era propício ao movimento e que bastava fazer uma assembléia geral dos estudantes para deliberar pela greve geral dos estudantes da UFS. Ficou marcada a assembléia para a próxima quarta-feira e ficou de Jacyara, do curso de biologia, arranjar uns cadeados para trancar as entradas de t odas as didáticas. Ache i isso um absurdo completo. Tinha um senhor que foi candidato a senador e que era parecido com Bin Laden de nome Atamário que fez intervenções estranhas tipo, "é preciso preparar o povo para tomar o poder", a "universidade tem de ser bolivariana", "nós, a juventude, temos de peitar os poderosos da UFS"(nós, a juventude é ótimo né?, ele deve ter uns quarenta anos)...

Enfim, saí dessa reunião arrasada, envergonhada comigo mesmo. Ao chegar em casa conversei com minha mãe e ela me aconselhou a não me expor, ela tem medo que eu seja molestada ou qualquer coisa pior, mas enquanto profissional futura da comunicação não estaria em paz se compactuasse com essa fraude chamada movimento de ocupação da reitoria da UFS. E aqui eu elenco os seguintes pontos:

1. Não é um movimento do curso de Comunicação, por traz dos objetivos justos da ocupação, estão estudantes profissionais de outros cursos. Tem uma aluna de Biologia que se vangloria de ter 8 anos de movimento estudantil na UFS!

2.  Não é verdade que a Reitoria não dialogou com os discentes nessa semana, se não o fez antes, foi obrigada a ceder nessa semana. Esse fato me faz lembrar que o jornalista que não prima pela verdade é um criminoso perigoso. O Reitor inclusive se comprometeu com um documento a executar uma série de reinvidicações dos professores e discentes da comunicação!
3.  Esta claro que é um movimento de partido político claramente identificado com o PSOL e alguns sindicatos a ele filiado com o objetivo de queimar o DCE e eleger a próxima direção da entidade.

4. A assembléia de quarta-feira é para parar as aulas da UFS por parte desse grupo a força se possível for. Tá marcada para as 17h da quarta-feira na frente da reitoria.

No sábado a noite voltei para a casa e no jornal da TV Sergipe foi dito que a ocupação já contava com 200 estudantes. Não é verdade, nunca ocorreu essa situação. Nunca tivemos mais que 35 alunos, somente quando a professora Sonia Meire do departamento de educação, juntamente com a professora Cely Tactel, do departamento de educação física,  foram dar aula na ocupação tivemos mais de 60 alunos. Isso porque elas levaram as turmas delas para assistirem aulas lá. Aliás, a professora Sonia ajudou muito agente, inclusive eu fui a mesma reclamar desses fatos que discordava e ela ficou de falar com os líderes do movimento, se dizendo contra essas atitudes...

E por fim, eu estou cansada dessa palhaçada e decepcionada também. Se para fazer movimento estudantil é necessário transformar as pessoas em massa de manobra eu estou fora. Acho que no que concerne ao que pedimos para o curso de comunicação estamos certíssimos. Mas utilizar essa situação para fazer distorções político partidárias é um desserviço ao movimento estudantil. E eu quero férias, se houver greve de funcionários eu não tenho nada a ver com isso. Parar as aulas para ser solidário a funcionário é típico de quem não gosta de estudar e faz a política do quanto pior melhor. E eu não sou palhaça para aceitar isso, por isso, fiz essa carta e passei para vários amigos. Se vc é a favor da verdade, repasse por favor!

Não vou falar meu nome, mas todos da ocupação nesse momento devem saber quem eu sou... E se vocês me ameaçarem eu vou para a polícia, e entrego as fotos e os vídeos que fiz do que ocorreu na sala do cerimonial da UFS na semana passada e no sábado. Essas fotos, tenham certeza, vocês não gostariam que viesse a público. Está avisado, estou enojada de tudo isso!!

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