Menina teria entrado na piscina com 60% de água perto das 18h
Delegado Dernival Eloi deve ouvir Jorge Timbó esta semana (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
A morte da pequena Nathalia Gabrielle Dias Fontes, 11 anos, em uma piscina do Parque Aquático Timbó [município de Salgado] no último dia 14 de janeiro continua repercutindo. O caso está sendo investigado pelo delegado de Lagarto [o de Salgado está em férias] Dernival Eloi Tenório. Está sendo feita uma ‘busca’ nos cartórios para confirmar outras mortes por afogamento no mesmo parque, cujo proprietário conhecido como Jorge Timbódeverá ser ouvido ainda esta semana. Ele garante que as piscinas já estavam fechadas no momento do acidente.
A menina estava em momento de lazer com os avós e um primo, quando foi arrastada pelo ralo de uma das piscinas, passando cerca de 40 minutos presa na tubulação de esvaziamento. Familiares estão inconformados, principalmente pelo fato de não ter qualquer sinal de alerta dando conta do perigo.
“Estamos ouvindo familiares e as pessoas que se encontravam no local e aguardando a liberação dos laudos periciais para iniciar a ouvida do proprietário do parque aquático”, ressalta o delegado Dernival Eloi Tenório.
O delegado disse estar investigando a ocorrência de outros afogamentos no Parque Aquático Timbó. “Já solicitei ao escrivão que faça um levantamento no cartório do município para ver se há registro de outros afogamentos para verificarmos abertura de inquéritos. Estamos também colhendo dados junto à Prefeitura de Salgado para checar a questão de alvarás de funcionamento”, explica Dernival Eloi.
Contraponto
Procurado pela reportagem do Portal Infonet, o proprietário do empreendimento, Jorge Timbó, informou que o parque funciona das 8h às 17h. “O acidente aconteceu por volta das 18h. A menina estava em um dos chalés que fica a 200 metros das piscinas que possuem sim horário de funcionamento. Ela entrou na piscina de crianças, como estava vazia, ela passou para a de adulto que já estava sendo esvaziada e com apenas 60% de água. Só que foi levada pela correnteza e entrou no tubo”, esclarece.
Quanto ao fato de a menina ter sido sugada, Jorge Timbó foi enfático. “Nós não trabalhamos com bombas. O parque é totalmente ladeado pela lei da gravidade. A menina entrou na correnteza e foi arrastada para o tubo. A gente não é onipotente e onipresente. Já criticaram o fato de não ter funcionários no momento. Tinham funcionários no parque, mas não estavam nas piscinas justamente porque o horário estava encerrado”, enfatiza.
Esvaziamento
Ele informou que as piscinas são esvaziadas todas as noites. “Nós temos chalés e as pessoas passam os dias se divertindo, tem gente que bebe e pode querer tomar banho à noite, correndo o risco de acidentes desse tipo. Sem contar com os animais silvestres que podem cair nas piscinas à noite e ninguém ver”, diz.
“Infelizmente, a menina entrou no horário indevido. Eu entendo a angústia da família, mas eu também estou muito triste e abalado, pois durante 15 anos de funcionamento, nunca ocorreu um fato dessa natureza. Passamos um dia feliz, recebemos excursões dos Estados de São Paulo, da Bahia, da Paraíba e tivemos um início de noite muito triste”, lamenta.
Por Aldaci de Souza
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