Após quase oito meses de uma situação extrema de estiagem, a desolação e
angústia do sergipano, especialmente a do sertanejo, começam a ser
minimizadas. É que segundo previsão do Centro de Meteorologia da
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
(Cemese/Semarh), as primeiras chuvas que caíram nessa terça-feira (15),
em quase todo o estado, sinalizam para uma regeneração do clima.
A previsão dá conta de que, nos próximos dias, teremos maior freqüência
de chuvas, mas serão chuvas finas, por enquanto. “O que teremos é a
incidência dessa ocorrência climática que vai do litoral sul e, de forma
decrescente, sobe para o sertão. As primeiras águas de maio, mês
tradicionalmente mais chuvoso no estado, resultam do aquecimento das
águas do oceano atlântico, da redução da pressão atmosférica no nordeste
do país, da incursão de frentes frias vindas do sul do continente
americano e do encontro da massa fria com a seca provocando nebulosidade
e precipitação. O fenômeno El Niño, quase sempre responsável por parte
de nossa instabilidade climática, começa a adormecer”, afirma o
meteorologista da Semarh, Overland Amaral.
Overland acredita na possibilidade de normalização da incidência de
chuvas. “Dependendo da região, em função de fatores como altitude e
oferta de umidade, por exemplo, deve chover entre 5 a 10 milímetros. É o
que se prevê, para o dia 17, para cidades como Cristinápolis, Tobias Barreto e Tomar do Geru”.
Na Grande Aracaju,
ainda segundo o Centro de Meteorologia da Semarh, haverá um aumento das
chuvas no dia 19, podendo chegar a 20 milímetros, especialmente entre o
meio-dia e às 14hs. Já no dia 20, as chuvas devem se intensificar na
região sul do estado e agreste central, com nível também em torno de 20
mm.
Em janeiro, houve uma precipitação de apenas 35,39 mm, quando o normal
seria 47,38mm. Em fevereiro o observado foi um desvio de 3,81mm; mesma
situação observada nos meses de março e abril, cujos desvios 70,46 e
87,94 respectivamente. No total, nesses últimos meses, temos um desvio
de 174,20mm. “Com as chuvas que se iniciaram é provável que tenhamos uma
aproximação da normalidade histórica”, revela Overland.
A acentuada seca que se abateu sobre o estado nos últimos oito meses,
especialmente no semi-árido e alto sertão - em cidades como Canindé,
Poço Redondo, Simão Dias ou Pedra Mole - é considerada a maior das
últimas décadas, somente comparada a seca de 1970, mesmo assim, a desse
ano, foi ainda mais duradora o que exigiu diligência do governo do
estado, durante todo esse tempo, e um conjunto de ações integradas, como
a distribuição de alimento e água.
“Situação da seca no estado de Sergipe
seria agravada não tivesse uma ação do governo do estado em responder
com ações estruturantes em recursos hídricos, como a melhoria da adutora
do São Francisco-Aracaju; a construção da barragem da Deso na Bacia do
rio Poxim, assim como a construção da Adutora do Semi-Árido e a
recuperação e automação da adutora do Alto Sertão Sertanejo”, afirma o
secretário de meio ambiente e recursos hídricos do estado, Genival
Nunes.
Fonte: G1 SE
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