Por APARECIDO SANTANA*
Em entrevista ao informativo A Voz do Povo, o Reitor da Universidade Federal de Sergipe - UFS, Josué Passos, fala das novas perspectivas da UFS para 2010. Entre esses novos sistemas, o Reitor fala do interesse da UFS para adoção do novo Enem como fase única.
Cotas: realidade no Processo seletivo 2010
Informativo A Voz do Povo: A Universidade Federal de Sergipe aprovou o projeto de cotas com vagas destinadas ao vestibular da instituição. Qual o percentual destinado à escola pública e a negros?
Josué Passos: O programa de ações afirmativas, aprovado pela Universidade Federal de Sergipe, prevê dois sistemas de cotas. Na realidade, uma especial em cada curso para os portadores de necessidade especiais (legalmente definidas) e a outra parte é das chamadas cotas das ações afirmativas propriamente ditas, ela reserva 50 % das vagas em cada curso para os egressos da escola pública. São definidos como egressos da escola pública os alunos que cursarem o ensino médio e os quatro anos do ensino fundamental em escola pública. Dentro das cotas da escola pública há um percentual de 75 % dos auto-declarados afro-descendentes: negros e pardos. Essa é a chamada cota ética que, na realidade, é uma sub-cota da cota da escola pública. Todo esse processo foi longo na universidade, passou por muita discussão, passou exatamente por um ano inteiro de discussão entre outubro de 2007 e outubro de 2008 para aplicação no vestibular de 2009.
AVP: Além de negros também entrarão pelo sistema de cotas pardos e índios?
Josué Passos: A cota tem caráter para alguns de comprovação (portadores de necessidade especiais e egressos da escola pública) e outro caráter ético (auto-declaratório), o candidato se auto-declara pardo conforme a prática do IBGE no censo dessas pessoas, quando são recenseadas declara à sua etnia.
AVP: Com essa aprovação do sistema de cotas é mais um reflexo da política de expansão e inclusão da UFS e das universidades públicas de todo o pais?
Josué Passos: O sistema de cotas é uma tentativa de estimular o acesso de uma população que ficou tradicionalmente relegada ao acesso à universidade pública, relegada por várias razões, inclusive, pela oferta de cursos pela universidade, em desacordo com as necessidades da população. Por exemplo, nós ofertamos basicamente cursos diurnos, enquanto que as pessoas que precisam trabalhar provavelmente só frequentam ou teriam mais facilidade de frequentar cursos noturnos, então nós tivemos expansão na oferta de cursos noturnos. Há outro dado que é a concentração da oferta de cursos no campus de São Cristóvão e a ausência da oferta de cursos no interior do estado. Nós passamos também por um processo de interiorização para facilitar o acesso dos estudantes do interior. Finalmente, o sistema de cotas quer passar uma mensagem para a população que estuda na rede pública de que a universidade federal, a unidade pública também está aberta a esta população, porque se criou uma imagem, com o passar dos anos, de que os cursos da universidade são de dificílimo acesso e de que a suas vagas só tem acesso os alunos da escola particular, e que não é verdadeira essa imagem. A rigor, nos cursos isso é verdade, os mais concorridos como Medicina, Direito e Psicologia, esses cursos têm uma competição alta. Suas vagas, nos últimos anos, têm sido ocupadas de forma esmagadora por egressos da escola privada e, muito residualmente, por egressos da escola pública. Mas há outro conjunto de cursos na universidade, ainda em algum momento, em que a maioria dos alunos que acessam as suas vagas são alunos egressos da escola pública.
AVP: Quem fará o vestibular pelo sistema de cotas paga inscrição?
Josué Passos: Nós temos um sistema de isenção para os egressos da escola pública. A universidade não isenta todos, ela seleciona um número de isentos. Nós estamos negociando com a secretaria de Educação uma compra de inscrições no vestibular pela secretaria de estado da Educação, a ideia é que a secretaria financie uma parte desses alunos da rede estadual. O problema é que o vestibular tem custos e a universidade, se não arrecadar com o vestibular, ela precisa retirar os recursos do seu próprio orçamento, e nosso orçamento é limitado. A ideia é de migrarmos para um sistema em que o pagamento não seja uma barreira ao acesso das vagas da universidade.
AVP: O sistema de cotas pode reforçar o preconceito contra os estudantes beneficiados com o sistema?
Josué Passos: Essa é uma questão polêmica. Há algumas pessoas que imaginam que o racismo no Brasil vai ser instituído a partir do sistema de cotas e de ações afirmativas, ou seja, esse público acha que o Brasil não tem racismo. Há outros que acham que o Brasil é uma sociedade racista, eventualmente, um racismo diferente do racismo que foi vigente na África do Sul durante o regime do aphartaide, e como nos Estados Unidos que também tinham um regime de segregação racial, mas que não deixa de ser racismo, não deixa de ser discriminatório. Cotas e ações afirmativas é uma forma de combater o racismo, enquanto outros acham que é uma forma de reavivar ou de despertar sentimentos que não existiam na sociedade brasileira. Essa questão é uma questão de opinião, é uma questão de percepção, eu acredito que é possível que haja alguns segmentos que estão ressentidos, prejudicados e que, portanto, manifestem alguma intolerância em relação aos sentenciais beneficiados da política, mas é possível também que as pessoas percebam que esse é um sistema transitório, não tem caráter permanente. Foi aprovado na universidade por um prazo de 10 anos de dar condições mais igualitárias para pessoas que partiram de condições diferentes, de condições piores para ter acesso às vagas da universidade que, afina,l é cruciada pelo povo de uma maneira geral.
AVP: Qual a previsão mínima das cotas na UFS? Nesse período pode haver reavaliação?
Josué Passos: O programa será reavaliado anualmente. Todo ano nós teremos relatórios de avaliações, dos quais serão transmutados, vai haver acompanhamento não apenas do acesso, mas da permanência do sucesso dos estudantes cotistas e não cotistas.
AVP: Com o programa de cotas, vai ser ampliado o programa de residência universitária?
Josué Passos: Sim. O programa de ações afirmativas tem que estar acompanhado da ampliação do programa de assistência estudantil. O programa torna a universidade mais receptiva a esses alunos que vêm do interior e da escola pública. Já está prevista a ampliação do programa de residência estudantil, programas de bolsas em diversas modalidades: bolsa trabalho, bolsa alimentação, para os nossos campos que ainda não possuem restaurante universitário. O governo definiu uma expansão da assistência estudantil, nós esperamos ter exatamente esse aumento da assistência estudantil para permitir novos acessos. Por outro lado, não é diretamente ligado à assistência, mas que tem efeito importante, as nossas bibliotecas estão sendo ampliadas, o seu acesso está sendo ampliado para facilitar ao estudante que não tem condições econômicas de adquirir um número grande de livros ter acesso a esses livros na nossa biblioteca, conforme as indicações dos professores dos diversos departamentos envolvidos na oferta.
AVP: Quem tem nível superior e estudou em escola pública pode entrar pelo sistema de cotas?
Josué Passos: Se for estudante da escola pública pode competir a uma nova vaga.
UFS pode adotar novo Enem como fase única
AVP: Qual a perspectiva da UFS para a adoção do novo ENEM como fase única?
Josué Passos: Esse ano a Universidade Federal de Sergipe decidiu apenas disponibilizar as vagas remanescentes do vestibular, essas ficarão disponíveis para os estudantes que fizerem o Enem e, eventualmente, pleitearem essas vagas. No próximo nós avaliaremos qual será o tipo de opção da universidade. Como etapa única, apenas 14 universidades Federais aderiram ao Enem como etapa única. Pessoalmente, eu acredito que a proposta do Enem é muito interessante pelo tipo de prova que preocupa aferir mais a capacidade de raciocínio do estudante do que a sua capacidade de memorização, de ter um programa muito extenso, muito detalhado para os exames. Agora o programa, além de ter essa modalidade de seleção nacional, além de ter alguns problemas relacionados à segurança do processo, relacionados aos efeitos regionais, já que o país é muito diversificado, há um certo temor de que os estudantes de regiões com nível de ensino mais elevado se apropriem da maior parte das vagas. Os cursos das universidades públicas em regiões periféricas, ou onde a qualidade de ensino médio não é tão boa, mas, principalmente no nosso caso, na nossa avaliação, na Universidade Federal de Sergipe é que a proposta tinha o problema de ter sido apresentada no ano em que as regras taticamente já estavam definidas, as escolas, os estudantes tinham uma estratégia para o vestibular. É uma mudança importante que deve ser precedida. Ao final do ano nós deveremos ter alguma avaliação sobre o resultado do Enem, se com a aplicação desse novo método as outras universidade ganharam ou perderam com isso, e a nossa universidade pode deliberar com maior tranquilidade se aderirá mais profundamente ou não ao Enem, porque tem várias formas de adesão, desde o extremo, que é a adesão como etapa única de seleção dos candidatos, uma das etapas, ou disponibilizar apenas alguns cursos ou alguns centros. No nosso caso, houve algum interesse do campus de Itabaiana de aderir ao processo, mas, infelizmente, não houve tempo hábil para a formalização da proposta vinda do campus de Itabaiana.
AVP: Caso a UFS adote o novo Enem como fase única, como ficarão as provas de história e geografia de Sergipe?
Josué Passos: Esse é um dos problemas. Esses conteúdos serão eliminados, porque o Enem é uma prova nacional, ele realmente eliminará os conteúdos regionais.
AVP: As diferenças regionais entre Sergipe e grandes centros brasileiros podem afetar a entrada de Sergipanos na UFS?
Josué Passos: É uma via de mão dupla: por um lado é possível que Sergipanos percam vagas, mas por outro lado também certamente eles ocupariam vagas de outros estados.
AVP: Qual a previsão da UFS de adesão do novo Enem como fase única?
Josué Passos: Há interesses nos diversos segmentos, mas nós teremos que analisar os próximos pontos, já que nós não aderimos na primeira vez. Mas é possível que nós façamos adesão, mas isso vai depender, como sempre, da decisão do Conselho do Ensino, da pesquisa e da extensão (Conepe) da Universidade.
AVP: A exemplo do sistema de vestibular da UFS, o novo Enem também eliminará o candidato que zerar uma matéria, como matemática, física ou redação?
Josué Passos: Sim. Essa é uma regra. Inclusive, no sistema Enem é determinado pelas universidades qual seu ponto de corte, ficando, portanto, a critério de cada universidade.
*José Aparecido Santana Silva é Graduando de Radialismo pela UFS
Em entrevista ao informativo A Voz do Povo, o Reitor da Universidade Federal de Sergipe - UFS, Josué Passos, fala das novas perspectivas da UFS para 2010. Entre esses novos sistemas, o Reitor fala do interesse da UFS para adoção do novo Enem como fase única.
Cotas: realidade no Processo seletivo 2010
Informativo A Voz do Povo: A Universidade Federal de Sergipe aprovou o projeto de cotas com vagas destinadas ao vestibular da instituição. Qual o percentual destinado à escola pública e a negros?
Josué Passos: O programa de ações afirmativas, aprovado pela Universidade Federal de Sergipe, prevê dois sistemas de cotas. Na realidade, uma especial em cada curso para os portadores de necessidade especiais (legalmente definidas) e a outra parte é das chamadas cotas das ações afirmativas propriamente ditas, ela reserva 50 % das vagas em cada curso para os egressos da escola pública. São definidos como egressos da escola pública os alunos que cursarem o ensino médio e os quatro anos do ensino fundamental em escola pública. Dentro das cotas da escola pública há um percentual de 75 % dos auto-declarados afro-descendentes: negros e pardos. Essa é a chamada cota ética que, na realidade, é uma sub-cota da cota da escola pública. Todo esse processo foi longo na universidade, passou por muita discussão, passou exatamente por um ano inteiro de discussão entre outubro de 2007 e outubro de 2008 para aplicação no vestibular de 2009.
AVP: Além de negros também entrarão pelo sistema de cotas pardos e índios?
Josué Passos: A cota tem caráter para alguns de comprovação (portadores de necessidade especiais e egressos da escola pública) e outro caráter ético (auto-declaratório), o candidato se auto-declara pardo conforme a prática do IBGE no censo dessas pessoas, quando são recenseadas declara à sua etnia.
AVP: Com essa aprovação do sistema de cotas é mais um reflexo da política de expansão e inclusão da UFS e das universidades públicas de todo o pais?
Josué Passos: O sistema de cotas é uma tentativa de estimular o acesso de uma população que ficou tradicionalmente relegada ao acesso à universidade pública, relegada por várias razões, inclusive, pela oferta de cursos pela universidade, em desacordo com as necessidades da população. Por exemplo, nós ofertamos basicamente cursos diurnos, enquanto que as pessoas que precisam trabalhar provavelmente só frequentam ou teriam mais facilidade de frequentar cursos noturnos, então nós tivemos expansão na oferta de cursos noturnos. Há outro dado que é a concentração da oferta de cursos no campus de São Cristóvão e a ausência da oferta de cursos no interior do estado. Nós passamos também por um processo de interiorização para facilitar o acesso dos estudantes do interior. Finalmente, o sistema de cotas quer passar uma mensagem para a população que estuda na rede pública de que a universidade federal, a unidade pública também está aberta a esta população, porque se criou uma imagem, com o passar dos anos, de que os cursos da universidade são de dificílimo acesso e de que a suas vagas só tem acesso os alunos da escola particular, e que não é verdadeira essa imagem. A rigor, nos cursos isso é verdade, os mais concorridos como Medicina, Direito e Psicologia, esses cursos têm uma competição alta. Suas vagas, nos últimos anos, têm sido ocupadas de forma esmagadora por egressos da escola privada e, muito residualmente, por egressos da escola pública. Mas há outro conjunto de cursos na universidade, ainda em algum momento, em que a maioria dos alunos que acessam as suas vagas são alunos egressos da escola pública.
AVP: Quem fará o vestibular pelo sistema de cotas paga inscrição?
Josué Passos: Nós temos um sistema de isenção para os egressos da escola pública. A universidade não isenta todos, ela seleciona um número de isentos. Nós estamos negociando com a secretaria de Educação uma compra de inscrições no vestibular pela secretaria de estado da Educação, a ideia é que a secretaria financie uma parte desses alunos da rede estadual. O problema é que o vestibular tem custos e a universidade, se não arrecadar com o vestibular, ela precisa retirar os recursos do seu próprio orçamento, e nosso orçamento é limitado. A ideia é de migrarmos para um sistema em que o pagamento não seja uma barreira ao acesso das vagas da universidade.
AVP: O sistema de cotas pode reforçar o preconceito contra os estudantes beneficiados com o sistema?
Josué Passos: Essa é uma questão polêmica. Há algumas pessoas que imaginam que o racismo no Brasil vai ser instituído a partir do sistema de cotas e de ações afirmativas, ou seja, esse público acha que o Brasil não tem racismo. Há outros que acham que o Brasil é uma sociedade racista, eventualmente, um racismo diferente do racismo que foi vigente na África do Sul durante o regime do aphartaide, e como nos Estados Unidos que também tinham um regime de segregação racial, mas que não deixa de ser racismo, não deixa de ser discriminatório. Cotas e ações afirmativas é uma forma de combater o racismo, enquanto outros acham que é uma forma de reavivar ou de despertar sentimentos que não existiam na sociedade brasileira. Essa questão é uma questão de opinião, é uma questão de percepção, eu acredito que é possível que haja alguns segmentos que estão ressentidos, prejudicados e que, portanto, manifestem alguma intolerância em relação aos sentenciais beneficiados da política, mas é possível também que as pessoas percebam que esse é um sistema transitório, não tem caráter permanente. Foi aprovado na universidade por um prazo de 10 anos de dar condições mais igualitárias para pessoas que partiram de condições diferentes, de condições piores para ter acesso às vagas da universidade que, afina,l é cruciada pelo povo de uma maneira geral.
AVP: Qual a previsão mínima das cotas na UFS? Nesse período pode haver reavaliação?
Josué Passos: O programa será reavaliado anualmente. Todo ano nós teremos relatórios de avaliações, dos quais serão transmutados, vai haver acompanhamento não apenas do acesso, mas da permanência do sucesso dos estudantes cotistas e não cotistas.
AVP: Com o programa de cotas, vai ser ampliado o programa de residência universitária?
Josué Passos: Sim. O programa de ações afirmativas tem que estar acompanhado da ampliação do programa de assistência estudantil. O programa torna a universidade mais receptiva a esses alunos que vêm do interior e da escola pública. Já está prevista a ampliação do programa de residência estudantil, programas de bolsas em diversas modalidades: bolsa trabalho, bolsa alimentação, para os nossos campos que ainda não possuem restaurante universitário. O governo definiu uma expansão da assistência estudantil, nós esperamos ter exatamente esse aumento da assistência estudantil para permitir novos acessos. Por outro lado, não é diretamente ligado à assistência, mas que tem efeito importante, as nossas bibliotecas estão sendo ampliadas, o seu acesso está sendo ampliado para facilitar ao estudante que não tem condições econômicas de adquirir um número grande de livros ter acesso a esses livros na nossa biblioteca, conforme as indicações dos professores dos diversos departamentos envolvidos na oferta.
AVP: Quem tem nível superior e estudou em escola pública pode entrar pelo sistema de cotas?
Josué Passos: Se for estudante da escola pública pode competir a uma nova vaga.
UFS pode adotar novo Enem como fase única
AVP: Qual a perspectiva da UFS para a adoção do novo ENEM como fase única?
Josué Passos: Esse ano a Universidade Federal de Sergipe decidiu apenas disponibilizar as vagas remanescentes do vestibular, essas ficarão disponíveis para os estudantes que fizerem o Enem e, eventualmente, pleitearem essas vagas. No próximo nós avaliaremos qual será o tipo de opção da universidade. Como etapa única, apenas 14 universidades Federais aderiram ao Enem como etapa única. Pessoalmente, eu acredito que a proposta do Enem é muito interessante pelo tipo de prova que preocupa aferir mais a capacidade de raciocínio do estudante do que a sua capacidade de memorização, de ter um programa muito extenso, muito detalhado para os exames. Agora o programa, além de ter essa modalidade de seleção nacional, além de ter alguns problemas relacionados à segurança do processo, relacionados aos efeitos regionais, já que o país é muito diversificado, há um certo temor de que os estudantes de regiões com nível de ensino mais elevado se apropriem da maior parte das vagas. Os cursos das universidades públicas em regiões periféricas, ou onde a qualidade de ensino médio não é tão boa, mas, principalmente no nosso caso, na nossa avaliação, na Universidade Federal de Sergipe é que a proposta tinha o problema de ter sido apresentada no ano em que as regras taticamente já estavam definidas, as escolas, os estudantes tinham uma estratégia para o vestibular. É uma mudança importante que deve ser precedida. Ao final do ano nós deveremos ter alguma avaliação sobre o resultado do Enem, se com a aplicação desse novo método as outras universidade ganharam ou perderam com isso, e a nossa universidade pode deliberar com maior tranquilidade se aderirá mais profundamente ou não ao Enem, porque tem várias formas de adesão, desde o extremo, que é a adesão como etapa única de seleção dos candidatos, uma das etapas, ou disponibilizar apenas alguns cursos ou alguns centros. No nosso caso, houve algum interesse do campus de Itabaiana de aderir ao processo, mas, infelizmente, não houve tempo hábil para a formalização da proposta vinda do campus de Itabaiana.
AVP: Caso a UFS adote o novo Enem como fase única, como ficarão as provas de história e geografia de Sergipe?
Josué Passos: Esse é um dos problemas. Esses conteúdos serão eliminados, porque o Enem é uma prova nacional, ele realmente eliminará os conteúdos regionais.
AVP: As diferenças regionais entre Sergipe e grandes centros brasileiros podem afetar a entrada de Sergipanos na UFS?
Josué Passos: É uma via de mão dupla: por um lado é possível que Sergipanos percam vagas, mas por outro lado também certamente eles ocupariam vagas de outros estados.
AVP: Qual a previsão da UFS de adesão do novo Enem como fase única?
Josué Passos: Há interesses nos diversos segmentos, mas nós teremos que analisar os próximos pontos, já que nós não aderimos na primeira vez. Mas é possível que nós façamos adesão, mas isso vai depender, como sempre, da decisão do Conselho do Ensino, da pesquisa e da extensão (Conepe) da Universidade.
AVP: A exemplo do sistema de vestibular da UFS, o novo Enem também eliminará o candidato que zerar uma matéria, como matemática, física ou redação?
Josué Passos: Sim. Essa é uma regra. Inclusive, no sistema Enem é determinado pelas universidades qual seu ponto de corte, ficando, portanto, a critério de cada universidade.
*José Aparecido Santana Silva é Graduando de Radialismo pela UFS
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