Usuários e funcionários do Caps protestam contra a exoneração de servidores e da coordenadora da unidade; tratamento de pacientes pode ser prejudicado |
Usuários do Caps reagem as demissãos de funcionários |
“Tivemos a informações na sexta-feira passada [30], de que os funcionários seriam demitidos. Inclusive eles estão trabalhando até que o processo de exoneração seja resolvido”, relata uma das pessoas ouvidas. Ainda segundo os funcionários que participaram da mobilização, existem interesses políticos nas demissões. “Uma líder comunitária, não sabemos por qual razão, tem interesse que essas pessoas sejam demitidas para que ela possa indicar gente dela para a vaga”, acusa.
Usuários e funcionários decretaram luto na manhã dessa segunda-feira |
Usuários
Visivelmente transtornada, a usuária Maria Iraci, 50 anos, pede que a questão seja resolvida para que seu tratamento não sejaprejudicado. “Não queremos que essas pessoas saiam daqui. Nós confiamos nelas e por causa delas estamos melhorando a cada dia. Alguém tem que olhar por nós, pelo amor de Deus”, suplica Iraci.
Maria Iraci chora, pedindo a permanencia dos funcionários |
Para Clilda Darc, também usuária da unidade, os profissionais que trabalham no Caps ajudam aos usuários não só no tratamento das enfermidades mentais, mas em atividades que podem levá-los a conseguir uma fonte de renda. “Existe um trabalho feito pelos oficineiros que faz a gente se sentir incluído na sociedade. Fazemos bijuteria e temos a oportunidade de vender o nosso produto”, explica Clilda, ressaltando que “muitos usuários participam do coral e que se as demissões acontecerem, todo o trabalho será perdido”.
Remanejamento
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nenhum remanejamento foi oficializado e o que existe é uma discussão na rede de saúde, para que existam mudanças e melhorias no atendimento aos usuários de crack. “As discussões são no sentido de melhorar a qualificação dos profissionais, mas em nenhum momento se falou em exoneração ”, explica a assessora Déa Jacobina.
Por Kátia Susanna e Alcione Martins, infonet
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