Na semana em que o país comemora o Dia Nacional de Combate ao Tabagismo, os sergipanos são presenteados com um novo título: o de capital brasileira com menor índice de fumantes – apenas 8%. O dado foi publicado pelo Ministério da Saúde, através da pesquisa feita pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
E isso não se deu apenas pelo fato das pessoas terem o interesse de largar o vício, mas por causa das políticas adotadas pelo estado na área social, com o objetivo de ajudar a população a se tornar mais saudável.
Um exemplo destes trabalhos pode ser encontrado na cidade de Carira, distante a 112 quilômetros de Aracaju. Lá, a Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Governo estadual implantou um Programa de Combate ao Tabagismo que auxilia pessoas viciadas no cigarro a abandonarem o vício.
O projeto que começou em 2009 e já está em sua terceira turma, oferece um ambiente agradável aos participantes, além de uma equipe composta por psicólogos, enfermeiros e farmacêuticos, que dão toda a assistência necessária durante o tratamento. “A sala onde nos reunimos é climatizada, o local é organizado, tudo para que o ambiente possa proporcionar a eles, tranqüilidade suficiente durante todo o tratamento”, explica a coordenadora do programa, Ana Francisca dos Santos.
Ela conta que o sucesso do tratamento se dá pelo acolhimento inicial e pelas medicações utilizadas. “Aqui nós os recebemos muito bem. Conversamos sobre as questões que os afligem e damos total assistência. A medicação também ajuda muito, que é o adesivo. Ele é distribuído da seguinte forma: primeiro os adesivos que contém 21mg de nicotina, depois de quatro caixas, diminui a dosagem para 14mg e, por último, já no final do tratamento, os de 7 mg”, esclarece a coordenadora acrescentando que muitas vezes o participante deixa o vício antes de completar a dosagem.
Auxílio
De acordo com as enfermeiras Cristiane Almeida Suarez e Amanda Barreto Almeida, que acompanham as turmas, o grande problema enfrentado pela equipe é a quantidade de pessoas que podem ser atendidas, uma vez que o número máximo de participantes é 15 por edição. “Não adianta pegar 100 pacientes e não dar conta de todos. É necessário que haja um vínculo entre a equipe e os 15 participantes. Sem contar que cada reunião dura cerca de uma hora, no máximo uma hora e meia, pois precisamos ouvir a todos”, salienta Cristiane.
Segundo Amanda, durante o tratamento alguns cuidados devem ser tomados para que o paciente não tenha reações. “A mais freqüente é a overdose, por que eles usam os adesivos e continuam fumando. Alguns ainda têm tontura, insônia e vertigens. Nestes casos a solução é enfatizar a importância do parar de fumar”, frisa.
Sobre a eficácia do tratamento, as enfermeiras alertam que também é importante evitar locais que atraem para o consumo do cigarro e ressalta que alguns exercícios ajudam a manter o equilíbrio. “Pedimos para eles se afastarem de locais que induzem o vício, como bares ou de tomar uma xícara de café. É importante também trabalhar exercícios de respiração e concentração, ensinados nas reuniões, em casa”, explicam.
O trabalho da equipe da Prefeitura de Carira também é focado na prevenção. Em 31 de maio desse ano, quando os países promovem ações voltadas ao Dia Mundial sem o Tabaco, a secretaria montou um stand na praça principal e distribuiu material informativo sobre os riscos do cigarro para a saúde.
Depoimento
O senhor José Américo da Conceição, que começou a fumar aos 15 anos de idade, participou do segundo grupo do Programa de Combate ao tabagismo em Carira. Segundo ele, foi graças à ajuda recebida pela equipe que o velho companheiro diário foi esquecido. “Fumava uma carteira por dia. Hoje, graças a Deus, não sei o que é cigarro. Logo depois da segunda reunião parei de fumar, quase não precisei de medicamentos. Essa ajuda foi muito importante para a minha vida, tanto financeiramente, quanto profissional”, diz, satisfeito, o senhor.
Ascom/PMC
Ascom/PMC
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