Reunidos em Nossa Senhora do Socorro, 27 prefeitos, de um total de 75, decidiram em assembleia criar uma nova Federação que congregue os municípios sergipanos. Participaram da reunião os presidentes Antônio da Fonseca Dórea (Associação dos Municípios do Centro Sul), Gilson dos Anjos (Associação dos Municípios da Barra do Cotinguiba e Vale do Japaratuba) e Ricardo Roriz (Federação dos Municípios de Sergipe – Fames).
A assembleia foi convocada pelas duas associações em virtude das entidades não concordarem com a forma como a Federação foi criada por Ricardo Roriz juntamente com os prefeitos associados. Vários participantes usaram da palavra e apresentaram saídas para por fim à polêmica.
Paulo Britto, de Propriá, defendeu para que fosse votado um documento assinado pelos vice-presidentes da Fames em 13 de julho, propondo a manutenção da entidade e a realização de uma nova eleição em janeiro de 2011.
Já Toinho de Dorinha explicou que se essa proposta fosse aceita, os prefeitos estariam legitimando um processo (da criação da Fames) que foi “eivado de irregularidades”. “Nossos advogados acompanharam in loco a assembleia de criação da Federação e presenciaram que os prefeitos não participaram. Apenas o frei Enoque (prefeito de Poço Redondo) compareceu no final. Uma entidade tem que ser criada através do debate e na presença dos prefeitos, e não debaixo do braço”, criticou.
Em sua defesa, Roriz lembrou que por várias vezes, desde que assumiu a Associação dos Municípios do Baixo e Vale do São Francisco (AMBEVSF), propôs a Antônio Dórea e Gilson dos Anjos a criação de uma federação, uma vez que Sergipe não tem direito a voto e nem voz nas reuniões e assembleias da Confederação Nacional dos Municípios.
O prefeito leu o edital publicado no dia 7 de maio em um jornal diário convocando os prefeitos para a assembleia de criação da Fames. “A Federação já está criada, tem uma estrutura pronta e conta com 35 filiados. Na Bahia, em Alagoas, no Rio Grande do Sul não existe mais a figura da associação, mas só de federação. Manter as associações hoje não é opinião apenas de Ricardo Roriz, mas da maioria dos prefeitos”, opinou.
Depois da explanação de vários prefeitos, duas propostas foram colocadas em votação. A primeira propondo a aprovação do documento assinado pelos vice-presidentes da Fames. Já a segunda encaminhou pela extinção da Federação e criação de uma comissão provisória para apresentação de um novo estatuto para a futura entidade.
Por 19 votos a 8, os prefeitos decidiram pela segunda proposta, que extingue a Fames. A comissão criada tem como integrantes os prefeitos Toinho de Dorinha, Gilson dos Anjos, Anderson Fontes Farias e Frei Enoque Salvador. “Agora vamos elaborar o estatuto e depois apresentá-lo, em assembleia, aos prefeitos para discussão e aprovação”, explicou Gilson.
Apesar da decisão tomada pela maioria dos prefeitos, Ricardo Roriz afirmou que a Fames ainda não foi extinta. “Não se pode decidir isso nesta reunião, porque ninguém da Fames, que fazia parte da Ambevsf e hoje é da federação, foi convidado. Temos 35 associados e 27 pagantes. Eles que têm que decidir se acaba ou não com a Fames”.
Além disso, o presidente da Federação atribui este ato como de cunho político. “Aqui nós vimos uma reunião de duas associações que estão levando isso pelo lado político. Estamos em ano de eleição. É complicado. Eu vim fazer um acordo, mas não vou decidir nada sozinho sem falar com os meus associados”, finaliza Roriz.
empauta
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