O deputado federal Albano Franco (PSDB) voltou a defender que tecnicamente Sergipe possui todas as condições para a instalação da primeira usina nuclear do Nordeste e, como a decisão será política, na afirmação do presidente da Eletronuclear, Luiz Othon Pinheiro, a escolha de Sergipe pelo Presidente da República “vai reparar uma severa injustiça com o Estado que está sendo isolado na distribuição dos investimentos infra-estruturais e produtivos da União”.
Foi em pronunciamento na sessão desta terça-feira (03), na Câmara, oportunidade que o parlamentar manifestou sua convicção de que “não há mais a mínima dúvida de que o Brasil precisa urgentemente diversificar sua matriz energética em razão da proximidade do esgotamento de seu potencial hidrelétrico”. Nesse sentido, o próprio governo federal também tem essa convicção, daí que, “embora com algum atraso”, decidiu ampliar e diversificar a capacidade geradora do país com a instalação de quatro usinas nucleares até 2030, sendo duas no Nordeste.
A localização da primeira nuclear na região nordestina está sendo estudada tecnicamente pela Eletronuclear em parceria com a Universidade Federal Fluminense. Essa localização deverá ser entre Recife e Salvador, e esses estudos objetivam, de acordo com as declarações do presidente da Eletronuclear, Luiz Othon Pinheiro, publicadas na edição desta semana da Revista Exame, “apresentar um cardápio de locais para subsidiar a decisão final, que é política”.
Para Albano, as palavras do Presidente da Eletronuclear sugerem que, do ponto de vista rigorosamente técnico-econômico, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, os mais indicados para sediar essa primeira usina, enfeixam em maior ou menor grau todas as variáveis, estando, assim, tecnicamente aptos. Sendo assim, a decisão será política, ou seja, do Presidente da República, que é em última instância, quem decide os grandes projetos de investimentos do setor público.
Ele lembrou que foi justamente isso que aconteceu com a Refinaria Abreu e Lima, que por decisão política está sendo instalada em Pernambuco. É também o que acontecerá com a primeira usina nuclear no Nordeste, que “deverá se instalar no estado que enfeixar os maiores trunfos políticos e que exercer o maior poder de pressão junto à Presidência da República”. Sendo um investimento de U$ 8 bilhões, de poderosos efeitos econômicos, “nenhum governador nordestino por mais preconceituoso que seja quanto ao uso da energia nuclear, poderá desprezar”, afirmou.
Nesse sentido, “com maior ou menor ímpeto”, os governos desses quatro estados estão se mobilizando. Albano voltou a lembrar que tem sido um defensor de primeira hora para que a usina seja instalada em Sergipe, não só pelas condições técnicas e econômicas, mas, também do ponto de vista político, pois, a escolha de Sergipe “representaria a mitigação de uma severa injustiça do governo federal em ter isolado o Estado na distribuição dos investimentos infra-estruturais e produtivos patrocinados pela União”.
Para mostrar a injustiça da União com Sergipe o parlamentar rebuscou também a mesma edição da Revista Exame, que na matéria intitulada “Nordeste: Aqui o Brasil cresce mais rápido”, destaca os maiores investimentos em realização na região, e Sergipe aparece com apenas um projeto, assim mesmo da iniciativa privada. “Não há uma única obra estruturante no âmbito do PAC para o desenvolvimento do Estado”, reafirma Albano, que conclui que a reportagem mostra “uma flagrante desigualdade de tratamento em relação aos demais estados da região”.
Finalizando seu contundente pronunciamento em defesa investimentos estruturantes e produtivos para Sergipe e contra o isolamento a que o Estado está sendo submetido pela União, o deputado federal Albano Franco reafirmou que a instalação da primeira usina nuclear do Nordeste, em Sergipe, “representaria a correção de um tratamento injusto do governo federal para com o Estado, cujas riquezas minerais e energéticas muito tem contribuído para o desenvolvimento do Brasil”.
Por Nilson Socorro
Fonte: Faxaju
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