A população de Rosário do Catete foi às ruas em uma grande manifestação pacífica na manhã do dia 27 para mostrar indignação quanto à atual administração municipal e a suposta corrupção eleitoral existente no último pleito realizado em outubro do ano passado, no qual se saiu vitorioso o prefeito Etelvino Barreto (PMDB).
O ato foi iniciado na entrada da cidade e logo depois cerca de mil manifestantes, acompanhados de alguns vereadores e do deputado Gilmar Carvalho (PR), seguiram em caminhada até a sede da prefeitura e da Câmara de Vereadores. Além das pessoas que acompanharam a caminhada, outras assistiram ao ato das portas e das janelas de casa, prestando solidariedade aos manifestantes. As polícias Militar, Federal e Polícia Rodoviária Federal foram acionadas pelo prefeito Vino Barreto, mas não foi preciso agir contra os manifestantes.
O objetivo das pessoas foi chamar a atenção da opinião pública para a demora do julgamento dos oito processos que tramitam na Justiça Eleitoral (441; 442; 464; 478; 508; 509; 510 e 511) por prática de corrupção e crime eleitoral contra a coligação encabeçada pelo prefeito, que teve o apoio do ex Laércio Passos. Em novembro, completaram-se 13 meses que as ações tramitam sem nenhuma decisão em 1ª instância.
“O que a comunidade quer saber é se as ações foram ajuizadas de forma correta ou não. Houve ou não corrupção eleitoral? Nada contra a Justiça e nem contra o Ministério Público, mas Justiça que tarda, é Justiça falha. São profissionais de bem, não estão atrasando porque querem atrasar, devem estar encontrando dificuldades para ter uma convicção, mas Rosário precisa conhecer a verdade sobre processos eleitorais”, alegou Gilmar Carvalho.
Abandono
De acordo com relatos de moradores e autoridades, Rosário do Catete se encontra em uma situação de abandono e miséria, embora a arrecadação da cidade seja de aproximadamente R$ 5 milhões mensais. “Rosário do Catete tem dois grandes problemas na atual administração. O primeiro são as denúncias de crime eleitoral e abuso de poder político que pesam sobre o prefeito, e o segundo é que a cidade está completamente abandonada e a população já não aguenta mais. É justamente por esses dois motivos a realização deste primeiro ato. Não podemos permitir uma situação dessas”, disse a vereadora Maria José Gomes da Silva (PSB).
Quanto à acusação de corrupção eleitoral, a parlamentar Maria José acrescenta que “a pedido do povo, a Justiça está apurando o fato e por isso queremos agilidade nos processos. Hoje, estamos levando até Maruim um abaixo-assinado com mais de três mil assinaturas da população que clama por Justiça, tanto do resultado da eleição quanto a justiça social”, acrescentou.
A vereadora Maura Cecília Santos (PDT) denuncia que o prefeito Etelvino Barreto não administra a cidade porque mal aparece. “Esta é uma administração que não existe, onde não há democracia e nem justiça social. Aqui, na verdade, o que há é corrupção, abandono e nós como vereadores temos que cobrar, porque apesar de ter sido eleita na coligação do prefeito, que não aparece na cidade, não posso admitir que o povo passe por uma situação de miséria”, justifica.
A parlamentar denunciou também que em Rosário do Catete a população não tem atendimento médico, já que o hospital está fechado, não tem uma educação de qualidade e nem escolas suficientes para atender a demanda de alunos. “O hospital está em reforma há dois anos em uma obra que praticamente está parada. As escolas do bairro Mutirão e Tamandaré foram fechadas e os estudantes estão amontoados em apenas um colégio. Com isso, a qualidade do ensino fica comprometida. A situação é de calamidade e estamos denunciando para que a Justiça e as autoridades tenham conhecimento e tomem providências”, frisou.
Perseguição
O funcionário público municipal Cícero Ferreira da Silva denuncia que está sendo perseguido na atual administração, tanto é que por um período de 14 anos trabalhando na prefeitura, este ano foi afastado das funções sem qualquer justificativa. “Hoje estou morando no lixão porque não tenho condições de manter a minha família. O meu trabalho agora é catar lixo para sobreviver e manter os meus sete filhos e a minha esposa. Não podemos deixar Rosário do Catete entregue às baratas do jeito que está e um prefeito perseguidor no poder. Passo hoje por esta situação porque simplesmente votei com a oposição. E muitos outros servidores também enfrentam o mesmo problema”, declarou o morador.
isso não é uma critica construtiva
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