sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Família brasileira de Sean convida pai americano para festa de Natal


Declaração foi dada por advogado, ao lado da avó materna do menino.
'Estamos depositando as armas', disse Sergio Tostes.






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O advogado Sérgio Tostes, na última quinta-feira (17), ao lado de um cartaz que teria sido feito por Sean (Foto: Daniella Clark/G1)

O advogado Sergio Tostes, que representa Silvana Bianchi, avó materna do menino Sean, de 9 anos, que quer mantê-lo no país, disse nesta sexta-feira (18) que encaminhou uma carta ao pai biológico, o americano David Goldman, convidando-o para passar o Natal com o filho e a família brasileira.

Segundo Tostes, a decisão foi tomada após uma longa conversa com a família. A declaração foi dada em seu escritório, no Centro do Rio, ao lado de Silvana Bianchi.

"Isso é um princípio de entendimento, estamos depositando as armas. Lutamos de todas as maneiras, um verdadeiro cabo de guerra, mas precisamos entender que nessa batalha quem sofre mais e de forma devastadora é uma criança de 9 para 10 anos", disse o advogado, acrescentando que a decisão foi tomada após tomar conhecimento do anseio do pai de passar o Natal com o filho.

Sean é objeto de disputa na Justiça entre o pai biológico, o americano David Goldman, e o padrasto brasileiro, o advogado João Paulo Lins e Silva, que detém a guarda da criança desde a morte da mãe, Bruna Bianchi, em 2008, durante o parto de sua filha.

Também nesta sexta, David Goldman, pai biológico de Sean, que disputa sua guarda com a família brasileira do menino, afirmou que ainda não tem data para retornar aos Estados Unidos e espera ficar no Brasil até ir para casa com o filho.

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David Goldman exibe uma carta que teria enviado ao filho e que, segundo ele, retornou aos Estados Unidos (Foto: Marcos Arcoverde/Agência Estado)

"Espero passar o Natal com Sean. Ele é meu filho, e a gente deveria estar juntos. Estou muito triste e machucado", disse David a jornalistas em frente ao hotel em que está hospedado, na Zona Sul do Rio.

David questiona cartaz 

Nesta sexta, David questionou ainda o cartaz apresentado ontem pelo advogado da família Bianchi, em que o menino teria escrito que queria ficar no Brasil: “Como sei que foi ele que escreveu isso?”.

Segundo a porta-voz da embaixada americana, Orna Blum, para os Estados Unidos o que está sendo tratado não é um caso de tutela ou guarda do filho, mas sim um caso de sequestro. David disse ainda que implora por justiça e espera que a decisão do STF seja suspensa.

“Não entendo o porquê disso tudo, meu filho está sofrendo”.

Para David, Sean não tem condições de escolher o que é melhor para ele. Segundo ele, em junho, três psicólogos designados pela Justiça avaliaram que o menino estava psicologicamente incapaz de decidir: “Meu filho está sendo violado psicologicamente todo dia”.

Perguntado se vai visitar o filho, ele disse que o processo não é tão simples e alegou que cartas enviadas ao filho acabam sendo devolvidas.


G1 entrou em contato com o advogado da família Bianchi, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno. Os advogados devem fazer um pronunciamento ainda na tarde desta sexta (18).
Disputa na Justiça
Na última quinta-feira (17), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma liminar (decisão provisória) à avó materna, que garante a permanência do menino, de 9 anos, no Brasil.

A medida suspende a decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que, na quarta-feira (16), havia concedido prazo de 48 horas para que Sean voltasse para os Estados Unidos para viver junto ao pai biológico.

A liminar concedida ficará em vigor até que o STF se manifeste no habeas corpus em que a avó do menino, Silvana Bianchi, pede que seja tomado depoimento de Sean para que ele próprio decida entre deixar o país com seu pai biológico ou ficar no Brasil com a família brasileira.

Os tribunais brasileiros iniciam o recesso judiciário nesta sexta-feira (18). No entanto, de acordo com Ricardo Zamariola, advogado de David, o STF poderá decidir sobre o direito à tutela do menino na próxima semana, a partir do recurso que ele apresentar nos próximos dias, em Brasília. Segundo ele, mesmo com o STF em recesso – que terá início segunda-feira (21) – há sessões para os casos urgentes.

Fonte: G1





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