Declaração foi dada por advogado, ao lado da avó materna do menino.
'Estamos depositando as armas', disse Sergio Tostes.
'Estamos depositando as armas', disse Sergio Tostes.
O advogado Sérgio Tostes, na última quinta-feira (17), ao lado de um cartaz que teria sido feito por Sean (Foto: Daniella Clark/G1)
O advogado Sergio Tostes, que representa Silvana Bianchi, avó materna do menino Sean, de 9 anos, que quer mantê-lo no país, disse nesta sexta-feira (18) que encaminhou uma carta ao pai biológico, o americano David Goldman, convidando-o para passar o Natal com o filho e a família brasileira.
Segundo Tostes, a decisão foi tomada após uma longa conversa com a família. A declaração foi dada em seu escritório, no Centro do Rio, ao lado de Silvana Bianchi.
"Isso é um princípio de entendimento, estamos depositando as armas. Lutamos de todas as maneiras, um verdadeiro cabo de guerra, mas precisamos entender que nessa batalha quem sofre mais e de forma devastadora é uma criança de 9 para 10 anos", disse o advogado, acrescentando que a decisão foi tomada após tomar conhecimento do anseio do pai de passar o Natal com o filho.
Sean é objeto de disputa na Justiça entre o pai biológico, o americano David Goldman, e o padrasto brasileiro, o advogado João Paulo Lins e Silva, que detém a guarda da criança desde a morte da mãe, Bruna Bianchi, em 2008, durante o parto de sua filha.
Também nesta sexta, David Goldman, pai biológico de Sean, que disputa sua guarda com a família brasileira do menino, afirmou que ainda não tem data para retornar aos Estados Unidos e espera ficar no Brasil até ir para casa com o filho.
David Goldman exibe uma carta que teria enviado ao filho e que, segundo ele, retornou aos Estados Unidos (Foto: Marcos Arcoverde/Agência Estado)
"Espero passar o Natal com Sean. Ele é meu filho, e a gente deveria estar juntos. Estou muito triste e machucado", disse David a jornalistas em frente ao hotel em que está hospedado, na Zona Sul do Rio.
David questiona cartaz
Nesta sexta, David questionou ainda o cartaz apresentado ontem pelo advogado da família Bianchi, em que o menino teria escrito que queria ficar no Brasil: “Como sei que foi ele que escreveu isso?”.
Segundo a porta-voz da embaixada americana, Orna Blum, para os Estados Unidos o que está sendo tratado não é um caso de tutela ou guarda do filho, mas sim um caso de sequestro. David disse ainda que implora por justiça e espera que a decisão do STF seja suspensa.
“Não entendo o porquê disso tudo, meu filho está sofrendo”.
Para David, Sean não tem condições de escolher o que é melhor para ele. Segundo ele, em junho, três psicólogos designados pela Justiça avaliaram que o menino estava psicologicamente incapaz de decidir: “Meu filho está sendo violado psicologicamente todo dia”.
Perguntado se vai visitar o filho, ele disse que o processo não é tão simples e alegou que cartas enviadas ao filho acabam sendo devolvidas.
Perguntado se vai visitar o filho, ele disse que o processo não é tão simples e alegou que cartas enviadas ao filho acabam sendo devolvidas.
O G1 entrou em contato com o advogado da família Bianchi, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno. Os advogados devem fazer um pronunciamento ainda na tarde desta sexta (18).
Disputa na Justiça
Na última quinta-feira (17), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma liminar (decisão provisória) à avó materna, que garante a permanência do menino, de 9 anos, no Brasil.
A medida suspende a decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que, na quarta-feira (16), havia concedido prazo de 48 horas para que Sean voltasse para os Estados Unidos para viver junto ao pai biológico.
A liminar concedida ficará em vigor até que o STF se manifeste no habeas corpus em que a avó do menino, Silvana Bianchi, pede que seja tomado depoimento de Sean para que ele próprio decida entre deixar o país com seu pai biológico ou ficar no Brasil com a família brasileira.
A medida suspende a decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que, na quarta-feira (16), havia concedido prazo de 48 horas para que Sean voltasse para os Estados Unidos para viver junto ao pai biológico.
A liminar concedida ficará em vigor até que o STF se manifeste no habeas corpus em que a avó do menino, Silvana Bianchi, pede que seja tomado depoimento de Sean para que ele próprio decida entre deixar o país com seu pai biológico ou ficar no Brasil com a família brasileira.
Os tribunais brasileiros iniciam o recesso judiciário nesta sexta-feira (18). No entanto, de acordo com Ricardo Zamariola, advogado de David, o STF poderá decidir sobre o direito à tutela do menino na próxima semana, a partir do recurso que ele apresentar nos próximos dias, em Brasília. Segundo ele, mesmo com o STF em recesso – que terá início segunda-feira (21) – há sessões para os casos urgentes.
Fonte: G1
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