terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ACARAJÉ PODE DAR CÂNCER NO ESTÔMAGO


O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou um estudo sobre o registro  dos casos da doenças em todo o Brasil. As formas de câncer encontradas mais comumente em cada região do país. Esses números foram analisados pelos médicos e transformados em conselhos que podem ajudar os brasileiros a reduzir os riscos de desenvolver tumores malignos.


O exame mostrou o que Marluce Bezerra não queria ver: um câncer de mama. Durante dois anos, ela ignorou o nódulo que apareceu em um dos seios. Eu tenho cinco irmãs, ninguém tem esse problema. Minha mãe também não tem esse problema. Então eu não imaginava que eu iria ter esse problema, diz ela.
Um engano, a genética não é a única causa da doença. Pelo contrário, 90% dos casos de câncer estão relacionados a outros fatores de risco e a maioria deles tem a ver com nossos hábitos. O nosso jeito de levar a vida é a principal explicação para o aparecimento da doença.


Num país com hábitos tão diferentes de Norte a Sul, os tipos de câncer mais comuns variam de região para região. No Sudeste, o câncer de mama vai ser o de maior incidência entre as mulheres em 2010. E até a vida reprodutiva influencia.

A primeira gravidez depois dos 30 anos, a menopausa tardia e o uso de anticoncepcionais são alguns dos fatores de risco comprovados.  Para se prevenir: atividade física, alimentação saudável e até a amamentação.

“Amamentação é um importante fator de prevenção pras mulheres jovens. Qual é a recomendação, amamentar quantos meses? No mínimo 6 meses”, explicou o coordenador de prevenção do Inca, Cláudio Noronha.

Aos 45 anos, Sandra nunca ouviu falar no exame preventivo de câncer de colo do útero, o papanicolau. “Com esse nome, não conheço, porque meu estudo é muito pouco, e eu nem sabia nem o que era isso”, disse ela.

 Regiões - Ela vive em Belém. A região Norte é a que terá a maior taxa de câncer de colo de útero do país. “Hoje a gente poderia dizer que 80% das mortes por câncer de colo de útero na Região Norte poderiam ser evitadas se os exames fossem feitos e as pessoas com lesão tratadas precocemente”, explicou o médico do Inca.

E no Nordeste, terra do acarajé, da carne seca, do azeite de dendê? “Eu como e depois eu vejo, lá para frente eu me cuido. O importante é comer o que é gostoso”, disse um homem.

A culinária regional, que abusa do sal, pode levar a um câncer de estômago. Mas o maior fator de risco é uma bactéria presente principalmente onde falta saneamento básico, que é o caso de muitas cidades do Nordeste.

E no Rio Grande do Sul, a incidência de câncer de esôfago é duas vezes maior do que no Rio e em São Paulo. O motivo? O bom e velho chimarrão, tradicional na Região Sul.

“A gente toma o chimarrão bem quente para esquentar bem o corpo do gaúcho”, disse um homem. A bebida quente demais pode causar lesões no esôfago.

Mas pra prevenir a doença, não é preciso abrir mão da tradição. “Uma simples medida como no caso dos gaúchos é uma redução de 10ºC na temperatura previne um câncer que não tem solução infelizmente”, especialista em câncer de esôfago, Luiz Felipe Pinto.



Fonte: Faxaju

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