A cada 24 horas, 100 crianças morrem no Brasil vítimas de maus-tratos, e cerca de 18 mil são espancadas. Mais de 6 milhões de crianças brasileiras sofrem abuso sexual todos os anos no país. Na grande maioria, o abuso ocorre dentro de casa, com crianças do sexo feminino. Contudo, apenas 2% dos casos, ocorridos dentro das famílias, são denunciados à polícia.
Dados da CREAS mostram que só no ano passado, 42 crianças e adolescentes foram atendidos pelo centro, vítimas de diferentes tipos de violência. “Alguns já terminaram o acompanhamento, outros continuam conosco. Hoje, temos 39 casos”, coloca Thamara, acrescentando que esse número são dos casos que são denunciados.
“Mas há muitos outros que são omitidos. Assim, pautar o 18 de Maio nas nossas agendas é demonstrar que todos – família, escola, sociedade civil, governos,mídia – estamos convocados e comprometidos em fazer a nossa parte nessa batalha e promover as condições para o desenvolvimento digno e feliz das crianças e adolescentes”, conclui.
Os dados do Laboratório de Estudos da Criança, da Universidade de São Paulo são de assustar qualquer pessoa. Eles comprovam que a situação de risco a qual as crianças e adolescentes do nosso país se encontram é mais grave do que se pode imaginar. A psicóloga Dayse de Melo, explica os efeitos que a violência pode causar.
“As crianças vítimas de violência adquirem um excesso de timidez, ou agressividade em demasia. Nunca há um equilíbrio, pois o psicológico delas é muito afetado. E o mais grave é que se cria um ciclo contínuo de violência. A criança repete essa ação com os colegas da escola, com os irmãos, com as pessoas que elas convivem”.
E essa situação é uma das maiores preocupações da Prefeitura Municipal de Nossa Senhora das Dores, distante 78 km de Aracaju. Através da Secretaria de Ação Social, a administração tem realizado trabalhos de acompanhamento e, principalmente, de prevenção.
“Participamos do programa de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil, que é uma ação nacional, desenvolvida por várias cidades brasileiras, e que em Dores tem gerado bons resultados”, salienta a secretária de Ação Social, Thamara Rodrigues.
O programa é desenvolvido pelo Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) e oferece um conjunto de procedimentos especializados para o atendimento e proteção imediata às crianças e aos adolescentes, bem como aos seus familiares, proporcionando-lhes condições para o fortalecimento da auto-estima, superação e reparação da violência sofrida.
“As vítimas de qualquer tipo de violência recebem atendimento psicossocial. Nós também realizamos visitas domiciliares para acompanhar de perto a vítima e a família, fazemos palestras nas escolas, capacitação com os professores”, explica a secretária, destacando ainda que esse tipo de violência é uma das maiores demandas do CREAS.
Mobilização Nessa terça-feira (18) foi o dia Nacional do Enfrentamento à Violência Infanto-Juvenil. A data foi escolhido para lembrar do fato que aconteceu em 1973, na cidade de Vitória (ES), quando um crime bárbaro chocou o país. Uma criança de oito anos foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens de classe média alta e, apesar de sua natureza hedionda, o crime até hoje está impune.
A Ação Social de Nossa Senhora das Dores organizou dois eventos para destacar o dia. “Na segunda-feira (17), houve uma blitz pela cidade. Equipes distribuíram em pontos estratégicos do município panfletos, adesivos e falaram a cerca do tema”, coloca Thamara Rodrigues.
Já hoje, 19, foi organizada uma grande caminhada, que contou com a participação das escolas, dos programas sociais do município e da sociedade civil. “Cerca de 300 pessoas saíram pelas ruas com uma única intenção, destacar a data para mobilizar e convocar toda a sociedade a participar dessa luta”, completa.
O prefeito de Nossa Senhora das Dores, Aldon Luiz, fez questão de acompanhar a caminhada e falou sobre a importância do evento. “Esse ato chama a atenção do poder público e da sociedade civil para um problema tão frequente e tão desumano”, declarou, lembrando ainda que a denúncia ainda é a melhor forma de punir os culpados e tentar acabar com a violência infanto-juvenil.
“Mas há muitos outros que são omitidos. Assim, pautar o 18 de Maio nas nossas agendas é demonstrar que todos – família, escola, sociedade civil, governos,mídia – estamos convocados e comprometidos em fazer a nossa parte nessa batalha e promover as condições para o desenvolvimento digno e feliz das crianças e adolescentes”, conclui.
empauta
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