domingo, 17 de janeiro de 2010

PIB sergipano cresce acima da média do Nordeste

Números do IBGE e Seplan revelam forte crescimento do PIB sergipano




A Secretaria de Estado do Planejamento, Habitação e do Desenvolvimento Urbano (Seplan) divulgou os resultados das Contas Regionais de Sergipe para o ano  2007. Foram apresentados os números do Produto Interno Bruto de Sergipe (PIB), seu crescimento e a variação da produção nos grandes setores da economia sergipana. O trabalho feito em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traduz a realidade econômica sergipana, permitindo dessa forma um melhor planejamento das ações governamentais com base em dados oficiais.
  
A secretária adjunta de Planejamento, Ana Cristina Prado, ressaltou que Sergipe pode comemorar esse primeiro resultado da gestão Marcelo Déda, na medida em que os índices apresentados representam o crescimento da riqueza do Estado. “Nós já podemos perceber que o PIB não está mais concentrado só na indústria de petróleo e da indústria de energia, mais o setor de serviços começa a despontar, e Sergipe se consolida como um estado promissor para os investimentos”, afirma a secretária.

Segundo o economista Marcos Vinícius Castaneda, Superintendente de Estudos e Pesquisas da Seplan, o PIB do Estado cresceu 6,2% em 2007, com o valor estimado em R$ 16,896 bilhões. “O estado cresceu bem acima da média da Região Nordeste que teve crescimento médio de 4,8% mantendo a tendência de crescimento acima da taxa brasileira, que no ano cresceu 6,1%”, explicou Castaneda.

De acordo com a nova série, entre 2002 e 2007 o PIB sergipano cresceu 27,9% superando a região Nordeste (24,6%) e apresentando o 10º maior crescimento nacional. No ano de 2007, Sergipe foi o segundo lugar em crescimento, no ranking liderado pelo Estado do Maranhão (9,1%). Sergipe, no entanto, apresenta o maior PIB per capita da região, com valor de R$ 8.711,7.

Marcos Vinícius explicou que em termos de participação dos setores econômicos no PIB sergipano, o setor de serviços é o mais significativo. Apresentou aumento de participação na economia em 2007, representando 64,8% do PIB estadual. A indústria, corresponde a 30,6% do produto e agropecuária, 4,6%”.

Segundo as informações do IBGE, todos os setores econômicos contribuíram positivamente para o bom resultado do PIB sergipano em 2007: a agropecuária cresceu 7,5%; a indústria, 6,8% e o setor de serviços 5,6%.


Agropecuária

Os índices indicam que o setor agrícola foi o maior responsável pelo bom desempenho da agropecuária. O cultivo de cereais apresentou um aumento de 20,3%, sendo o milho o principal responsável pelo incremento com produção aumentada em 28,2% e crescimento da área plantada em 11,3% provocada pela substituição de parte da lavoura de feijão que, em 2007, caiu 7%.

A produção de cana de açúcar cresceu 24,8% no ano, influenciada pelo aumento da procura por álcool combustível verificada em todo país. Dentre os outros produtos da lavoura temporária, o abacaxi foi a cultura que apresentou melhor desempenho, apresentando um crescimento de 29,8%, fruto de investimentos para a produção da indústria de sucos.

Outro dado apresentado foi de que a lavoura permanente também apresentou bons resultados: as culturas de laranja e limão apresentaram crescimento de 1,4 e 3,7%, respectivamente; o coco da Bahia, cultura que vinha perdendo participação na produção agrícola do estado, teve sua produção aumentada em 33,2%. O projeto de irrigação no Platô de Neópolis muito contribuiu para a retomada desse incremento onde mais da metade da sua produção é exportada para o sudeste do país.
“Já a pecuária manteve-se estável no período com crescimento de apenas 0,2%. Houve pequeno crescimento do rebanho bovino (0,6%) e da produção de leite (3,7%). O efetivo de aves e produção de ovos foi o que apresentou melhor resultado, com crescimento de 10% em volume”, analisou Marcos Vinícius.

O secretário de Estado da Agricultura, Paulo Viana, disse que os resultados do setor já eram esperados. “Os índices já apontam o reflexo das políticas de investimento no setor agropecuário e cadeias produtivas como o milho, por exemplo, crescem significativamente. Os dados de 2008 e 2009 quando forem lançados vão ainda ser melhores que 2007”, diz Viana.


Indústria

De acordo com o IBGE e a Seplan, no setor industrial todas as atividades obtiveram bom desempenho. A indústria extrativa, que desde o início da série vinha apresentado pequenas taxas de crescimento, apresentou crescimento de 8,6%. “A entrada da produção de petróleo e gás no Campo de Piranema foi decisiva para a melhora do setor”, disse o superintendente de Estudos e Pesquisas da Seplan.
A indústria de transformação, que representa 31,8% da indústria sergipana, cresceu 5,0%, respaldado pelos incrementos na produção de cimento (5,4%), indústria têxtil (5,9%) e produtos alimentares (3,4%) com o aumento na produção de açúcar, torrefação de café e sucos de frutas. Aumento significativo obteve a atividade de “produtos de metal-exclusive máquinas e equipamentos”, 21,3%.

A construção civil apresentou em 2007 o melhor resultado da série, com um crescimento de 7,6%. A produção de edificações foi impulsionada pelo aumento do crédito imobiliário e expansão de renda das famílias, crescendo também as obras de infra-estrutura. A produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana cresceu 6,8%; percentual que poderia ser maior não fosse a geração de energia proveniente da Hidrelétrica de Xingó, cujo crescimento foi de 5,3%, menos da metade do índice alcançado em 2006 que foi de 11,1%.
Serviços
Também no setor serviços os números revelam-se positivos quando comparados ao ano anterior. Administração, saúde e educação públicas e seguridade social, atividade de maior peso da economia sergipana (24,5%), apresentou um crescimento de 6,1%. Na sub-atividade educação, o aumento das vagas no ensino público superior foi o destaque.

A continuidade da expansão do crédito, queda nas taxas de juros e maior oferta de empregos fizeram com que a atividade de comércio e serviços de manutenção e reparação, que representa 12,3% do valor adicionado estadual, registrasse um crescimento de 6,0%. As sub-atividades de ‘comércio varejista em supermercados e hipermercados’ e ‘veículos, motocicletas, partes e peças,’ juntas representaram em 2007, 24,6% de toda atividade comercial do estado.

O setor de alojamento e alimentação vem se expandindo gradativamente ano a ano. Em 2007, apresentou um crescimento de 5,1% fruto dos investimentos públicos e privados no setor. Os serviços de transporte, armazenagem e correio, apresentaram o maior crescimento do setor, diferente de 2006, não apresentou crescimento. O modal rodoviário, o mais representativo, apresentou queda de 3,0% enquanto todos outros modais apresentaram crescimento, destacando-se o aéreo que cresceu 20,1%.
Os serviços prestados as famílias e associativos, representados pelos serviços pessoais como serviços de lavanderia, salões de beleza, funerárias e pelas atividades recreativas, culturais e desportivas apresentaram um crescimento de 13,9%, com maior participação das atividades de teatro, música e outras atividades artísticas e literárias. Os serviços prestados às empresas, por sua vez, cresceu 8,6% motivado pelos serviços técnico-profissionais de arquitetura, engenharia, as atividades jurídicas e os serviços de publicidade, além dos serviços de higienização e limpeza e atividades de vigilância e segurança, que juntos representaram em 2007 quase 60% da atividade.

Fonte: Emsergipe.com

A chefe da unidade estadual do IBGE em Sergipe, Adriane Almeida do Sacramento informa que qualquer estimativa de PIB sergipano para os anos de 2008 e 2009 toma como base esse resultado 2007. “O  IBGE, através de convênio trabalha com a Seplan, e através desse dados a sociedade pode avaliar como está o crescimento do Estado”, destaca Adriane, lembrando que as contas nacionais também foram divulgadas hoje em Brasília.


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